segunda-feira, 22 de março de 2010

ato de escrever - parte 3 Allan Pimentel


O ato de escrever – parte 3                                             Allan Pimentel


“Escrever é brincar de Deus”, disse  uma vez o escritor Álvaro Cardoso Gomes. Se existe um comprometimento  grande na expressão falada imagina na escrita. Quem escreve profissionalmente sabe disso.O cuidado com as palavras que serão impressas é crucial e já gerou até perseguições , processos e morte.Colocar algumas frases e determinadas expressões que questionem um governo ou um status quo  já levou vários ao exílio e à tortura.
Contudo, os tempos são outros e por hora não se vê mais a beleza, a estética dos escritores de outrora. Muita gente escreve , mas a qualidade do que se escreve é deplorável.A partir do momento que auto-ajuda virou “literatura” a tendência do mercado é piorar.A orgia áudio-visual do momento presente, representada pela internet e, especialmente,pela tevê, vem causando uma onda de publicações superficiais e sem o estilo de antes. Isto se deve muito pelo fato de o objeto “livro” ter se tornado mais interessante do que as idéias nele contidas.Assim, esquece-se o foco e passa-se a ovacionar os detalhes, acabamento, tipo de loja em que é vendido, coisas banais deste gênero.
 Apesar de ainda existirem pessoas  escrevendo  algo que realmente importa, alguns não adquirem visibilidade porque editam seu livros numa editora pequena e não conseguem atingir um bom público ou até seu público-alvo.A ditadura das editoras ,ou seja, o canibalismo de dar preferência ao que vende mais independentemente do valor cultural do livro, somada ao nível do leitor brasileiro ;torna qualquer tentativa de escrever profissionalmente um ato hercúleo.
Enfim, quem quer ser escritor reconhecido é só colocar bobagens, futilidades no papel cheio de lugares-comum  e ,destarte ,vai” prosperar” no universo literário.



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