Mãos para o alto!
Essa frase ainda causa medo? Pavor?Cada dia mais essa sentença é corriqueira, banal, salvo quando a morte é a consequência. Mas isso não deveria ter acabado? Diminuído?
Ligo a TV, nela alguém me diz que somos a nação do amanhã, que a saúde está melhorando, o desemprego está diminuindo, pois “nunca na história desse país”... Mas espera! Em outro canal um indivíduo diz que roubou para comprar comida. Quem está mentindo?
Será que temos a capacidade de discernir o que é verdadeiro ou falso? Será que conseguimos nos desviar da metralhadora subliminar?
Em algum lugar da minha “pacata” cidade alguém diz: comprei a sandália que sempre sonhei. Uma criança de rua que vai passando, imagina: com o dinheiro que ela gastou eu poderia “viajar”. E a criminalidade está implícita. Inveja, ambição, intolerância...
Mas o que é isso? Não vivemos no Brasil do futuro? Talvez seja verdade, por que o passado já se foi. Afinal, não vejo mais na minha rua crianças jogando gude, não ouço mais minha querida Asa branca. Menino, saía da frente desse computador! Vá tomar banho! E lembre-se, hoje você tem consulta com o psicólogo. Tomo um susto, alguém bate no vidro do meu carro do ano, pedindo um trocado por ter limpado meu parabrisas. O semáforo abre e continuo a seguir, mas penso Quem me roubou de mim?
Não nos deixemos levar pelo rio, sem ao menos ir até a margem e admirar a beleza da vegetação à sua costa.
Texto do professor Clécio Abreu
Parabéns, Clécio, mostrou-se um exímio observador da cotidianidade brasileira. É isso, estamos perdidos num emaranhado de asneiras, mentiras, invencionices, imbecilidades... Por isso somos o país do futuro, aquele que nunca chega... Estamos nos perdendo de nós mesmos...
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