O episódio de South Park desse Sábado foi muito interessante. Só vi o fim mas acho que por algum motivo escuso o Cartman se disfarçou de Robô. Ele foi descoberto após peidar. Afinal, seria possível a criação de criaturas artificiais, cérebros de Silício, que peidem?
Lembrei das intermináveis discussões sobre a Inteligência Artificial nas aulas de filosofia da mente, no mestrado de Metafísica. A idéia parece ser a de que a consciência é uma função do cérebro, ou melhor, um modo de organização de determinadas funções cerebrais, de maneira que, se você reproduz a organização da função em outros meios, como por exemplo, numa rede de chips de Silício, poderia reproduzir a consciência.
Essa é a hipótese da tal metáfora Hardware / Software. O Hardware seria o cérebro e o Software a consciência. Os críticos afirmam que isso cria um dualismo mente/cérebro semelhante ao dualismo mente/corpo cartesiano.
Outra frente de combate a Inteligência Artificial é a idéia de que a consciência é uma função biológica (e não meramente organizacional) de determinados meios materiais formados apenas a base de CHON (Carbono, Hidrogênio, Oxigênio e Nitrogênio), ou seja, criaturas vivas de modo que, para se fazer um robô como o Cartman tentou imitar no episodio de South Park seria necessário produzir microchips a base de carbono e não de silício. Ou seja, criar um clone e não um andróide.
Agora apareceu mais um problema. Tem uma turma alegando que no caso humano as funções organizacionais de conexões entre neurônios interagem com o a estrutura material do cérebro, modificando a estrutura biológica do dito cujo.
Mas ainda tem o problema do peido.
Como imaginar que apenas a consciência define o homem? Também não somos animais que peidam? Não seria o pum um elemento também importante na constituição daquilo que chamamos Humano? Flatulo ergo sum.
Esta deve a próxima grande questão filosófica a ser respondida.
A próxima grande geração de criaturas artificiais necessitará flatular e não apenas vencer partidas de xadrez.
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