sábado, 5 de novembro de 2011

POESIAS DE ÁLVARES DE AZEVEDO, PERÍODO "MAL-DO-SÉCULO"

Seio de virgem (trecho)
FONTE: PRINCECRISTAL.BLOGSPOT 
0 que eu sonho noite e dia,
O que me dá poesia
E me torna a vida bela,
O que num brando roçar
Faz meu peito se agitar,
E o teu seio, donzela!

Oh! quem pintara o cetim
Desses limões de marfim,
Os leves cerúleos veios
Na brancura deslumbrante
E o tremido de teus seios?

Ouando os vejo, de paixão
Sinto pruridos na mão
De os apalpar e conter...
Sorriste do meu desejo?
Loucura! bastava um beijo
Para neles se morrer!

domingo, 30 de outubro de 2011

O homem autêntico

O que é solidão? 
"O filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976) afirma em 'Ser e Tempo' que estar só é a condição original de todo ser humano. Que cada um de nós é só no mundo. É como se o nascimento fosse uma espécie de lançamento da pessoa à sua própria sorte. Podemos nos conformar com isso ou não. Mas nos distinguimos uns dos outros pela maneira como lidamos com a solidão e com o sentimento de liberdade ou de abandono que dela decorre, dependendo do modo como interpretamos a origem de nossa existência. A partir daí podemos construir dois estilos de vida diferentes: o autêntico e o inautêntico."  
"O homem se torna autêntico quando aceita a solidão como o preço da sua própria liberdade. E se torna inautêntico quando interpreta a solidão como abandono, como uma espécie de desconsideração de Deus ou da vida em relação a ele. Desse modo não assume responsabilidade sobre as suas escolhas. Não aceita correr riscos para atingir seus objetivos, nem se sente responsável por sua existência, passando a buscar amparo e segurança nos outros. Com isso abre mão de sua própria existência, tornando-se um estranho para si mesmo, colocando-se a serviço dos outros e diluindo-se no impessoal. Permanece na vida sendo um coadjuvante em sua própria história. Você já pensou nisso?" 
"Sendo autêntico você assume a responsabilidade por todas as suas escolhas existenciais, aceita correr os riscos que forem necessários para atingir os seus objetivos, e passa a encontrar amparo e segurança em si mesmo. Com isso, apropria-se da existência, torna-se indivíduo, torna-se autônomo, torna-se dono da sua própria vida, dono da própria existência, torna-se senhor de si mesmo. Você se percebe sendo o senhor de si mesmo?"

domingo, 16 de outubro de 2011

SOUTH PARK

Criadores de South Park

South Park é o desenho mais badalado de todos os tempos. Com suas toneladas de piadas de humor negro, South Park já recebeu diversas e diversas críticas, porém por outro lado, os milhares de fãs aprovam o uso abusivo de piadas que satirizam a religiões, raças, atores, cantores, e tudo mais o que possa existir. Afinal, tudo não passa de uma piada, não é mesmo?
Mas quem são os criadores de South Park? Quem são as mentes que estão por trás de tanto sucesso de um desenho que mexeu com o mundo?
As pessoas por trás de South Park são: Trey Parker e Matt Stone.
Trey Parker (Randolph Severn “Trey” Parker III ) nasceu no dia 19 de outubro de 1969, no estado de Colorado nos Estados Unidos. Seu pai chama-se Randy Parker e sua mãe Sharon Parker, o que fez com que ele colocasse os nomes dos pais de Stan Marsh como Sharon e Randy. Ele é responsável por dublar algumas vozes de personagens do desenho south park como: Stan Marsh, Eric Cartman, Timmy, Mr. Hanley entre outros.
O outro criador de south park é Matt Stone (Matthew “Matt” Richard Stone) nascido em Houston – Texas nos Estados Unidos no dia 26 de maio de 1971. Ele é responsável por vozes como: Kenny, Kyle, Butters, Jesues entre outros.
 
 Como voces podem ver, os dois criadores são responsáveis por diversas vozes dos personagens de south park. Segue abaixo uma imagem de ambos os criadores de South Park.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Aula de Português ( Morfossintaxe) de Allan Pimentel

Tema da aula: Morfossintaxe de pronomes e verbos



                                                     Quadro morfossintático

              Morfologia
               
                            Sintaxe

Substantivo(pronome substantivo)

Sujeito, Objeto Direto, Objeto Indireto, Complemento Nominal, Agente da Passiva, Predicativo (função adjetiva)
Adjetivo

Predicativo do Sujeito ou do Objeto, Adjunto Adnominal
Núcleo do Predicado Nominal
Verbo de ligação, Conjunção e Preposição

Conectivos ( não representa função sintática)
Verbos de ação e fato

Núcleo do Predicado Verbal

Artigo, Numeral, Pronome adjetivo,Adjetivo , Locução Adjetiva e Oração Adjetiva



Adjunto Adnominal


Advérbio, Locução Adverbial e  Oração adverbial


Adjunto Adverbial

Obs:  As Interjeições  não possuem uma classificação sintática definida sendo classificadas, muitas vezes, de expressão denotativa.

Expressão  Denotativa-  Palavra ou termo que  denota um certo valor semântico.

Ex:  Até  a lua se escondeu de mim. /   Ela também irá  fazer o concurso.








                                                              Pronomes

Conceito- palavras variáveis que acompanham ( Adjunto) ou representam o nome( sujeito/ objeto)

Os pronomes podem ser substantivos e adjetivos.

Exemplos:

Meu coração tropical está coberto de neve... “   João Bosco  ( Pronome Adjetivo)

 O voto é seu. Não o venda por ninharias . ( Pronomes Substantivos)


Quanto  ao valor semântico-sintático, os pronomes podem se classificar como:

Pessoais  -  Referem-se às pessoas do discurso.

·         Pessoais caso reto( sujeito)-  Eu, tu, ele,ela/ nós, vós , eles, elas
·         Pessoais oblíquos ( objeto )-  me, mim, comigo/ te, ti, contigo/ o, a, se, si ,consigo, a ela, a ele,lhe/ nos, conosco, a nós/ vos,convosco, a vós/ os ,as, se, si, consigo, a eles, a elas, lhes .
·         De tratamento ( referem-se a segunda e terceira pessoas do discurso )

Obs: Geralmente estes pronomes funcionam como sujeito ou complementos verbais e nominal.

Ex:  Ela lutou na Guerra dos cem anos.               
                      Desobedecia a ela amiúde.
                      
Possessivos -  Indicam posse ( meu , vosso ,nossos, teus , sua, nossa) 
Demonstrativos- Indicam a posição dos seres e objetos numa relação temporal e espacial.
  (este, mesmo, aquilo, próprio, essa, isto, os)

 Ex:   Aquele livro  descreve o Sertão Nordestino.     /    Esta semana falarei sobre pronomes e verbos. /  Elas mesmas limparam o salão. / Não aceito  o que propõem.

Relativos-  representam o termo anterior ou antecedente ( que, o qual, cujo, quem, os quais, onde, quanto, ...)

 Ex:   Esta é a moça que admiro.        /   Sempre gostei desse poeta cujas poesias declamo até hoje.     /    “Minha terra tem palmares/onde gorjeia o mar.”





 Obs: o pronome relativo quanto( e sua flexões)  refere-se a pessoa ou coisa. Quando precedido de tudo, tanto, tem significado quantitativo indefinido.

Ex:  Você já disse tudo quanto desejavas? / Nenhum livro, de todos quantos tomei emprestado, se perdeu.

Interrogativos-  Empregados na formulação de uma pergunta, indagação.( qual , que, quanto, quem, onde)

Indefinidos-  Referem-se  a terceira pessoa do discurso, dando –lhe um sentido vago, impreciso. ( alguém, cada, tudo , nenhum, uns, ninguém, outros , várias)

Ex: “ Nada ficou em mim de um tempo extinto” /     Mais ações, menos palavras.

     Uns gostam de casca; outros , do caroço. /  Gosto de menos açúcar no café.


Apêndice:

  • Nenhum  / nem um

 Nenhum- generaliza a negação e  nem um- refere-se à unidade.
 Ex:  Não tenho nenhum livro e não abri nem um caderno.
  • Os pronomes  eu e tu  são sempre retos e classificam-se como sujeito ou predicativo do sujeito.

  • Para mim/ para eu-

  Ex: Este livro é para eu ler. ( emprega-se o pronome eu porque é sujeito do verbo, no infinitivo, ler.)

      Via de regra após a preposição , empregam-se os pronomes mim e ti em vez de eu e tu.

     Ex:  Ela trouxe um presente para mim. /  Eles falaram sobre você e mim.

Os pronomes oblíquos  o,a os, as quando precedidos de formas verbaIs  terminadas em r, s e z, assume a forma  lo, la, los e las.

Ex:   Ele  a quis muito. /  Qui-la muito.
        Ele Fez a prova às pressas/  Ele a fez às pressas/  Fê-la às pressas.





          
Os pronomes  o, a, os,as  sintaticamente podem ser:

 Objeto direto:
Ex: Sempre as admirei muito./   o ministro as convidou para o baile./  Ela  o encontrou na fazenda.

Sujeito de verbos no infinitivo numa oração  objetiva direta de verbos causativos( mandar, deixar e fazer) e sensitivos( ver, ouvir e sentir).

Ex: Mande-os entrar  /   O juiz mandou-os se afastarem do cargo./Faça-as  entrar/  O professor viu-as chegar.


O pronome lhe(S) , em análise sintática, pode tomar forma de:

Objeto indireto:
Ex: Ainda não lhes paguei / Isto não lhe convém.

Adjunto Adnominal:
Ex:  Tantas desilusões  tiraram-lhe  o sono.  ( lhe equivale ao pronome “seu”)

Complemento Nominal ( quando acompanha verbo de ligação):
Ex: Era- lhe incompatível aquela função.  / Parecia-lhe loucura aceitar certas regras sociais

Obs: Por vezes , os pronomes podem vir em forma de expressões que denominaremos locuções pronominais.
Ex:  Cada um sabe da dor e a delícia de ser o que é” /  Seja quem for o vencedor, receberá o prêmio./  Um ou outro participará do treino.

                                      Morfossintaxe de Verbos


Verbos

Conceito- palavras variáveis que espressam fato, ação, fenômeno natural, estado, enfim, processos.

Ação-  cantar, lecionar, refeltir, jogar, conhecer, parir, ver, amar, subir, levar, correr, pesquisar, andar, vir , ir, fazer.

Estado- ser, estar, andar, parecer, permanecer, tornar-se, virar, continuar, ficar.

Fenômeno e fato-  estar, chover, gear, relampejar, amanhecer, anoitecer, entardecer, fazer, haver.





Obs:

    O dia andou chuvoso    ( locução verbal que exprime fenômeno natural)

Locução verbal- é termo ou expressão que possui valor morfológico de verbo.
 
   LV = VA+  VP ( LOCUÇÃO VERBAL= V.AUXILIAR+ V. PRINCIPAL)

Ex:   Hei de obter êxito na prova do INSS.   /     O programa foi assistido por todos.

                      (VA  +     VP)

     O ensaio tinha sido adiado para a próxima semana.
                            VA     +  VP

Os verbos principais de uma locução podem estar numa das três formas nominais( gerúndio, particípio ou infinitivo impessoal)

Ex:     Nós ficamos conversando e perdemos a hora.
                                  ( Gerúndio)
           Meu amigo, vamos sofrer,
             Vamos beber,vamos ler o jornal...”   
               ( Infinitivo impessoal)   

                                                              Drummond

            Antes de tudo, havia sido ladrão de arte sacra.
                                                 (Particípio)


Tempos e modos verbais


Modo Verbal-   forma de o verbo enunciar um fato
                 
  • Indicativo- Exprime um fato real, certo:
Ex: Felipe estuda pela manhã e joga basquete à noite.

  • Subjuntivo- Exprime um fato possível, hipotético, duvidoso:

Ex: Talvez Felipe cante no coral da escola.



  • Imperativo- Expressa ordem, pedido, convite e súplica:
Ex: Estude com afinco que passarás.  /  Não matarás.( Não mates)
  • Formas nominais- O nome dado ao infinitivo, gerúndio e particípio, que, ao lado do seu valor verbal, desempenham a função de nomes.

Infinitivo- pode ter valor de substantivo ou advérbio:
Ex: O morrer nos cerca de bastante mistérios e especulações. ( A morte)
      O conhecer deve ser cultivado em todo momento do existir. ( conhecimento e existência)
     Ao anoitecer, iremos ao cabaré de madame Pequetita.
Particípio-  pode ter função adjetiva.
Ex:  Ele é um empresário sabido e ela, uma das mulheres mais amadas da cidade.
      
Gerúndio- pode ter valor de advérbio ou adjetivo:
Ex:  A água fervendo pode ser perigosa. ( fervente- adjetivo)
       Amanhecendo, vamos viajar para o Rio. ( Logo pela manhã- valor adverbial)


Relação entre  modo-tempo  e aspectos verbais


  • Presente do indicativo- pode indicar:

1)Habitualidade ou ação frequente-   A terra é um planeta/  O Homem é mortal. / A água ferve a 100 graus.

2) Presente Histórico-  Em 1939, Hitler e suas tropas invadem a Polônia.

3) Futuro próximo-  Rock and Rio, eu vou... /  Chego amanhã a Feira de Santana.

  • Pretérito- perfeito do indicativo -  indica :

1)Fato concluído no passado-  Realizaram grandes obras na Idade Antiga.

2) O pretérito- prefeito, quando na foram composta, dá-nos uma ideia de ação repetida-  Tenho ouvido muitos rumores de revolução lá pelas bandas do Araguaia

  • Futuro do presente-  Além de indicar o fururo certo, pode também:

1)      Expressar ideia aproximada-  Aquela jovem terá seus vinte anos.

2)      Ideia imperativa nas recomendações morais-  Não furtarás





  • Futuro do pretérito simples-  assinalar um fato que poderia se realizar ou é incerto.-  O professor leria  aquele livro caso  tivesse tempo.

  • Presente do subjuntivo-  pode indicar:

1)      Fato presente , porém duvidoso-
Fique calmo. Talvez ele chegue no próximo ônibus.

2)      Fato futuro, como vontade, desejo, promessa-  Louvemos a Deus e sejamos felizes.
             
                 
·         Pretérito imperfeito do subjuntivo-  indica  hipótese, uma condição
Ex:  Ficaríamos felizes se a chuva diminuísse.

·         Futuro do subjuntivo-  indica fato eventual,hipotético que pode ocorrer no momento futuro-
Ex: Quando ele chegar, avise-o  do ocorrido.


O modo imperativo pode expressar:

Ordem-  Levante-se e lute...
Pedido- Abaixe o tom de voz, por favor.
Convite- Venha conosco participar do evento beneficente.
 Súplica- “ Não nos deixeis cair em tentação...











  

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Seio de Virgem / poesia Álvares de Azevedo

SEIO DE VIRGEM

      fonte :  zuluechopaparomio.blogspot.com 


Quand on te voit, il vient à maints 
Une envie dedans tes mainsDe te tâter, de te tenir...
CLÉMENT MAROT
O que sonho noite e dia,
E à alma traz-me poesia
E me torna a vida bela...
O que num brando roçar
Faz meu peito se agitar,
É o teu seio, donzela!

Oh! quem pintara o cetim
Desses limões de marfim,
Os leves cerúleos veios
Na brancura deslumbrante
E o tremido de teus seios?

Quando os vejo... de paixão
Sinto pruridos na mão
De os apalpar e conter...
Sorriste do meu desejo?
Loucura! bastava um beijo
Para neles se morrer!

Minhas ternuras, donzela,
Voltei-as à forma bela
Daqueles frutos de neve...
Ai!... duas cândidas flores
Que o pressentir dos amores
Faz palpitarem de leve.

Mimosos seios, mimosos,
Que dizem voluptuosos:
"Amai, poetas, amai!
Que misteriosas venturas
Dormem nessas rosas puras
E se acordarão num ai!"

Que lírio, que nívea rosa,
Ou camélia cetinosa
Tem uma brancura assim?
Que flor da terra ou do céu,
Que valha do seio teu
Esse morango ou rubim?

Quantos encantos sonhados
Sinto estremecer velados
Por teu cândido vestido!
Sem ver teu seio, donzela,
Suas delícias revela
O poeta embevecido!

Donzela, feliz do amante
que teu seio palpitante
Seio d'esposa fizer!
Que dessa forma tão pura
Fizer com mais formosura
Seio de bela mulher!

Feliz de mim... porém não!...
Repouse teu coração
Da pureza no rosal!
Tenho no peito um aroma
Que valha a rosa que assoma
No teu seio virginal?... 



Alvares de Azevedo

sábado, 27 de agosto de 2011

Poesia Beat






Tressinto que em mim
Ecoam todos os Cânticos Verborrágicos
Que jazam baldios na cabeceira “On the road”:
A Bíblia Beat tricotada pelo Beatnik Jack Kerouac,
Combinada com a heresia maquinal
Dos “Vagabundos iluminados”,
Que parecem ser o spleen do "Livro dos sonhos"
Das gerações ultra-românticas do século XX.
Exceto as minúcias
Do flerte com o Existencialismo,
O floreio de um hermafrodito aflito,
A execução,
O suspiro final,
O corpo e suas despedidas

– Blindarei a angústia, calcinarei os olhos.

.....................

Tal o vômito contracultural,

Espalhando seu “Way of Life”
Pelos quatro cantos da Terra,
O dadaísmo é a única proteção
Das lívidas Rosas encarnadas frígidas
E outros undergrounds cabeludos
Pouco dados à prática diária do zen-budismo surreal.
Por mais que do inconformismo sexual
As mãos cínicas e fortes
Derramem-lhe às entranhas
Inabitadas e tristes
Acácias entupidas de sangue
E lamentação...
.....................

Sob a Literatura dos Beats

O Poema se agiganta,
E a tarde racha a languidez da lenha.
Escolta do cardume à quilha
A fomedez malquista,
Porquanto como numa fotossíntese,
Entre cuspes e aromas
Dar-me-ei completíssimo,
Qual orgasmo ateísta
Fadado ao gozo regado a sexo livre
E os olhos na estrada

— Cegá-los-ei com toda a força de que sou algoz.

.....................

Quem escala a palavra

Será seu amo-de-gala,
E ao crucifixador cabe apenas
A inusitada certeza
De saber que nunca
Repousará sob a fala.
Ai, alguém,
Gramaticou o interruptor
Desse olímpico segredo
De que somos atados à presilha
Do momento,
Graças ao guloso deboche
Que abana e que dilacera
Todos os gemidos não ditos;
Ai, todos se completarão compelidos
Em outros versos
Não fritos.

Benny Franklin

terça-feira, 16 de agosto de 2011

† POESIA GÓTICA †



Ó saudade sentimento das trevas!
Angustia minha vida
E toma as palavras que surgem...
De onde vem este sentimento maligno?!
Para onde vai este aperto no coraçao?!
Só o tempo dirá...
Por um curto instante
A alegria invade minha alma
Com lembranças dos bons momentos
Que pena...
Foi apenas um instante
Um mísero instante que não sse compara
À dor que me toma!
Que mundo cruel é este?!
Este mundo que separam os que amam...
Este mundo que muitas vezes
Aproxima os que se odeiam.
Por este motivo,
Eu profundamente te odeio,
Quem sabe assim essa vida nos une...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Crônica de Veríssimo




Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender

1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.


2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.


3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.


4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.


5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.


6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.


7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".


8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".


9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.


10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.
Luís Fernando Veríssimo

quarta-feira, 27 de julho de 2011

POESIA SOBRE O TEMPO

     FONTE:CONTOSDEUMALADY (Melissa Dionísio  Almeida)     

        O TEMPO (Poesia)

O segredo do tempo é consumi-lo sem percebê-lo.
É fingir-se infinito para não o vermos passar
É fazer-se contar em anos em vez de momentos

Relógio, despertador, cronômetro, calendário
Tudo engodo para imaginarmos prendê-lo, controlá-lo

Ampulheta, único instrumento sincero do tempo
Regressivamente, nos impõe a gravidade
De haver realmente um último grão
Riscando na areia a nossa fragilidade

Mas o tempo é imparcial
Não distingue rico de pobre
Preto de branco, homem de mulher
Devora-se sem escolhas

Matar o tempo é matar-se sem sentido
Perdê-lo é viver em vão


Faz-se devagar nos maus momentos
Depressa quando o queremos

Ponteiro invisível da vida
Peça necessária do fim

A sua fome é insaciável
A sua vontade é determinante
A sua procura é unanime

Se esconde nas sombras que se movem
Nos objetos que não mais servem
Nas pessoas que nunca mais vimos
Na podridão das frutas que não foram colhidas
Nas lembranças já esquecidas

Revela-se nas fotos que se desbotam
Nas cartas que amarelam
Nas crianças que crescem
Nas rugas que aparecem

Deixa-nos a esperança de Pandora
Nas ações dos que virão
No nascimento dos rebentos

 FONTE: WWW.OVERMUNDO.COM.BR

 

quarta-feira, 20 de julho de 2011

POESIAS DA CECÍLIA MEIRELES




Motivo (Cecília Meireles)

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada


4º Motivo Da Rosa (Cecília Meireles)

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzidas,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.


Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Clarice Lispector

"Eu não escrevo o que quero, escrevo o que sou."

Clarice Lispector


 

                           Por não estarem distraídos
Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Clarice Lispector

domingo, 19 de junho de 2011

O Desaparecido Rubem Braga

                                           O Desaparecido
Rubem Braga

                                          
Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, bobagens para todo mundo me achar ridículo e talvez alguém pensar que na verdade estou aproveitando uma crônica muito antiga num dia sem assunto, uma crônica de rapaz; e, entretanto, eu hoje não me sinto rapaz, apenas um menino, com o amor teimoso de um menino, o amor burro e comprido de um menino lírico. Olho-me no espelho e percebo que estou envelhecendo rápida e definitivamente; com esses cabelos brancos parece que não vou morrer, apenas minha imagem vai-se apagando, vou ficando menos nítido, estou parecendo um desses clichês sempre feitos com fotografias antigas que os jornais publicam de um desaparecido que a família procura em vão.

Sim, eu sou um desaparecido cuja esmaecida, inútil foto se publica num canto de uma página interior de jornal, eu sou o irreconhecível, irrecuperável desaparecido que não aparecerá mais nunca, mas só tu sabes que em alguma distante esquina de uma não lembrada cidade estará de pé um homem perplexo, pensando em ti, pensando teimosamente, docemente em ti, meu amor.

Do livro "A Traição das Elegantes", Editora Sabiá - Rio de Janeiro, 1969

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Frases de Nietzsche


 "A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez."
"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte."
"Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal."
 "A vida mais doce é não pensar em nada."
"Os poetas são impudicos para com as suas vivências: exploram-nas."
"O macaco é um animal demasiado simpático para que o homem descenda dele."
"Um povo é o rodeio da natureza para chegar a seis ou sete grandes homens. - Sim: e para depois se desviar deles."
"Não se odeia quando pouco se preza, odeia-se só o que está à nossa altura ou é superior a nós."

 "Deus está morto: mas, considerando o estado em que se encontra a espécie humana, talvez ainda por um milénio existirão grutas em que se mostrará a sua sombra."

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Fragmentos de obras de Nietzsche


O verme pisado encolhe-se. Atitude inteligente. Com isso reduz a probabilidade de ser pisado de novo. Na linguagem da moral: humildade." (Friedrich Nietzsche, "Crepúsculo dos ídolos, ou como se filosofa à marteladas", Lisboa, Guimarães Editores, Lda, 1985, pág. 16)

Pandora trouxe o vaso que continha os males e o abriu. Era o presente dos deuses aos homens, exteriormente um presente belo e sedutor, denominado "vaso da felicidade". E todos os males, seres vivos alados, escaparam voando: desde então vagueiam e prejudicam os homens dia e noite. Um único mal ainda não saíra do recipiente: então, seguindo a vontade de Zeus, Pandora repôs a tampa, e ele permaneceu dentro. O homem tem agora para sempre o vaso da felicidade, e pensa maravilhas do tesouro que nele possui; este se acha à sua disposição: ele o abre quando quer; pois não sabe que Pandora lhe trouxe o recipiente dos males, e para ele o mal que restou é o maior dos bens - é a esperança. - Zeus quis que os homens, por mais torturados que fossem pelos outros males, não rejeitassem a vida, mas continuassem a se deixar torturar. Para isso lhes deu a esperança: ela é na verdade o pior dos males, pois prolonga o suplício dos homens. (Friedrich Nietzsche, "Humano, demasiado humano", Cia de Letras, p. 63, aforismo 71, ano 2001, São Paulo)
Onde um homem chega à convicção fundamental de que é preciso que mandem nele, ele se torna "crente"; inversamente seria pensável um prazer e uma força de autodeterminação, uma liberdade de vontade, em que um espírito se despede de toda crença, de todo desejo de certeza, exercitado, como ele está, em poder manter-se sobre leves cordas e possibilidades, e mesmo diante de abismos dançar ainda. Um tal espírito seria o espírito livre "par excellence" ("A Gaia Ciência", quinto livro, parágrafo 347)

Vou reduzir a fórmula um princípio. Todo o naturalismo em moral, quero dizer, toda a moral está regida por um instinto da vida, - um mandamento qualquer da vida é cumprido com um certo cânone de "deves" e "não deves", um obstáculo e uma inimizade qualquer no caminho da vida ficam com isso eliminados. A moral contranatural, ou seja, quase toda a, moral, até agora ensinada, venerada e pregada, dirige-se, pelo contrário, precisamente contra os instintos da vida - é uma condenação, por vezes encoberta, por vezes ruidosa e insolente, desses instintos. Ao dizer "Deus lê nos corações", a moral diz não aos apetites mais baixos e mais altos da vida e considera Deus inimigo da vida... O santo para quem Deus tem a sua complacência é o castrado ideal... A vida acaba onde começa o reino de Deus"...
(Friedrich Nietzsche, "Crepúsculo dos ídolos, ou como se filosofa à marteladas", Lisboa, Guimarães Editores, Lda, 1985)
 fonte:cefetsp.br

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A liberdade segundo Sartre

                           
                                Sartre e a Liberdade *

O Existencialismo que Sartre representa, defende que se Deus não existe, e assim sendo, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito. Este ser é o homem, e está condenado a ser livre. O homem antes de existir não é nada, somente depois que ele encontra a si mesmo é que ele surge no mundo, para então se definir, ou seja, ser aquilo que ele fizer de si mesmo.

1. "O homem está condenado à liberdade"

Essa é a máxima que marca a idéia sartriana de liberdade. Diferentemente do conceito renascentista e iluminista, para Sartre a liberdade é uma condição da existência humana e não um mérito ou um estado.A liberdade consiste em que não há nenhum dado anterior a nossa existência ou posterior, pautado em valores pré-estabelecidos capazes de nos isentar da responsabilidade por nossas escolhas. A liberdade sartriana é sinônimo de responsabilidade.
Somos os únicos responsáveis pelos nossos atos e escolhas.O filósofo existencialista afirma, a exemplo de Nietzsche, que "Deus está morto", o que faz lembrar a obra de Dostoievski, Os Irmãos Karamazov, que diz que "se Deus está morto então tudo é permitido". Para Sartre, fazer tal afirmação, sem considerar o aspecto da responsabilidade, pode banalizar a idéia de liberdade. A questão não é simplesmente negar a existência de Deus, mais afirmar a existência do homem como único ser do qual nenhum conceito pode ser feito antes da existência. Mesmo tudo sendo permitido, o homem é responsável pelas suas escolhas e cada ato individual afeta a toda a humanidade.
Sartre afirma também que a consciência dessa condenação à liberdade leva à angústia, e faz com que o homem, enquanto projeto de si mesmo, realize-se como tal. O que acontece contrariamente ao homem alienado, pois este, não tendo consciência da própria liberdade, não se angustiará diante da vida, e não poderá realizar-se como um ser em si mesmo, logo não poderá definir-se de maneira autêntica.

2. "O inferno são os outros"

Para Sartre negar a liberdade é morrer em vida. É não existir originalmente. É abrir mão de ser a si mesmo plenamente. Sendo assim, se queremos viver plenamente, ou seja, se queremos dar sentido a nossa existência, só podemos querer a liberdade que nos já é dada arcando com as implicações necessárias.
A existência, no seu processo dialético entre liberdade e alteridade, nos traz a seguinte reflexão: se todos somos livres, isso quer dizer que tanto eu como os outros estamos igualmente condenados, porém EU, só posso dar conta da minha liberdade, mesmo essa refletindo diretamente numa coexistência.Enfim, a liberdade não é apenas uma implicação subjetiva, mas também está sob o julgo do olhar do outro.
Assim, Sartre, na peça Entre Quatro Paredes mostra a importância de todos os outros para cada individuo. O autor, procura deixar claro que, uma relação ruim com os outros pode fazer com que tenhamos uma "má idéia" sobre nós mesmos (o que implica à má-fé) e que é muito importante manter relações interpessoais autênticas no compartilhamento da nossa liberdade.

3. Liberdade e Contingência

O aspecto contingente da existência é algo que interfere nas nossas escolhas sem restringir a nossa liberdade. De maneira que, são as limitações impostas pelos acasos que tornam essa liberdade possível. Pois, se fossemos capazes de realizar instantaneamente tudo o que quiséssemos sem limitações, não estaríamos no mundo real, mas em sonhos.
Para Sartre, é nesse mundo, contingente, limitado e ‘abandonado’ que existindo como projeto de si, estamos livres para fazer as escolhas que serão o caminho para a nossa definição.
fonte:  afilopoesia.blogspot.com
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